
Os
autores dos capítulos são historiadores que atuam em universidades
e instituições de pesquisa de diferentes estados. Foram
convidados levando-se em conta os critérios de pluralidade,
especialidade e reconhecimento acadêmico. Sob
o prisma da história política, social, cultural e econômica, eles
sugerem hipóteses interpretativas que visam a contribuir com o
esforço reflexivo sobre as peculiaridades da história do Brasil
República, destacando a atuação dos sujeitos históricos que a
construíram.
Ex-militante comunista, hoje trabalha junto ao Exército, levando o debate histórico para escolas militares. Ele retira das Forças Armadas a responsabilidade exclusiva pelo golpe de 1964. Por outro lado, não entende a resistência de alguns oficiais ao julgamento de torturadores.
Ex-militante comunista, hoje trabalha junto ao Exército, levando o debate histórico para escolas militares. Ele retira das Forças Armadas a responsabilidade exclusiva pelo golpe de 1964. Por outro lado, não entende a resistência de alguns oficiais ao julgamento de torturadores.

A perestroika (reforma econômica) e a glasnost (reforma política) de Mikhail Gorbachev na URSS, ascensão de Jimmy Carter à presidência dos EUA em 1976 e a economia mundial são citados como atores e condicionantes externos. Entre os internos (referindo-se ao Brasil), Francisco cita o Projeto Golbery-Geisel e a expressiva vitória eleitoral do MDB (único partido de oposição com atuação autônoma, porém condicionada) em 1974. Para o autor, o contexto da Guerra Fria influenciou os EUA a incentivarem - até mesmo financeiramente - golpes que trariam a "estabilidade política" aos "países inclinados à esquerda". O apoio do empresariado e de setores religiosos - basta lembrar que o socialismo prega o ateísmo - também apoiaram os regimes em busca de "estabilidade".

Ernesto Geisel (1906-1996) adotou uma postura nacionalista militar, com "a intenção de defender a soberania nacional". Posturas de Geisel como o reconhecimento da China Popular, Angola e Moçambique e a condenação de Israel na ONU podem ser interpretadas como uma afronta aos interesses norte-americanos. A influência dos EUA, porém, não pode ser considerada, sozinha, a única responsável pela conjuntura externa que enfraqueceu os regimes. Um período de crise e recessão da economia mundial, a alta assustadora do petróleo no período pós-Guerra do Yon Kippur (1973) e Irã-Iraque (1980-88) e a crise dos juros externos (1982) são outros fatores citados por Francisco.
O autor segue listando os principais conflitos internos que teriam possibilitado a abertura. Tanto as cisões ideológicas presentes no meio dos militares - com castelistas e liberalistas discutindo com frequência no âmbito político - quanto as dificuldades enfrentadas pela economia construída pelo regime. A pressão de setores da sociedade civil também é levada em conta.

O primeiro ato de enfrentamento entre o projeto oficial de abertura e a oposição, foi a sucessão do presidente Médici (1969-1974). O escolhido para a sucessão foi Ernesto Geisel, um general com experiência vasta na política. Dentro do plano militar Ernesto Geisel e o general Golbery do Couto e Silva deveriam organizar a constitucionalização do país, tendo como meta uma distensão lenta, gradual e segura. Esse projeto de abertura comportava garantias básicas para o regime: impedir a volta de pessoas para instituições anteriores; Incorporação de uma nova constituição e prolongar-se por pelo menos dez anos garantindo a sucessão de Geisel. Esse era o plano Geisel e Golbery.
No
Brasil os militares liberalizantes não foram apoiados pela oposição
como ocorreu em alguns países, pois para os oposicionistas o projeto
de abertura seria muito lento da maneira planejada. Para os
organizadores da abertura foi melhor que a oposição não
colaborasse, pois com esse pensamento eles seriam um estorvo para os
planos. Nas
eleições de Geisel o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), em um
primeiro ato de oposição lançou a candidatura de Ulisses Guimarães
e Barbosa Lima Sobrinho. Geisel venceu as eleições.

A
violência e as mortes ocorridas nesta época revoltaram a população
e fez com que uma parcela ainda maior da sociedade se tornasse contra
o regime militar. Geisel intervém nesse problema rapidamente e com a
intenção de acalmar os ânimos e punir alguém pelas mortes, o
general demite o comandante Ednardo d’Ávila Melo, mas não busca
os verdadeiros culpados. Em
meados de 1976 a oposição começa os ataques à bomba no Rio de
Janeiro.

Agora
com as vitórias, a oposição quer mais espaço e é quando aparece
novamente a figura de Ulisses Guimarães, como a voz que enfrentava o
poder em nome do MDB. Com o projeto de abertura cada vez mais ameaçado e a crise
financeira e econômica avolumando-se, chega a hora de escolher um
sucessor de Geisel e o indicado é João Baptista Figueiredo, este
toma posse em 1979.
O principal ponto da agenda de Figueiredo era a
anistia. Depois que esse ponto foi solucionado, surgiu às lideranças
sindicais, pois Figueiredo assumiu o governo em uma época de crise
financeira, greves e reivindicações por melhores salários. Ainda neste cenário é que acontecem novos ataques à bomba e o mais
grave ato terrorista do Brasil, o Riocentro. Perante a tudo isso
Figueiredo nada fazia, assim criou-se um conflito interno no governo,
o general Golbery foi demitido e desse modo o plano Geisel e Golbery
ficava órfão.
Já em fase final o povo saia às ruas, primeiro pela anistia e agora pelas eleições diretas com o apoio do PT. O país fica marcado pela sua inépcia na economia e pela impunidade dos que matam. Com a imobilidade de Figueiredo os partidos políticos assumem a frente da abertura. Em fase de novas eleições aparecem Paulo Maluf, José Sarney e Tancredo Neves. E em 1985 a chapa formada por Tancredo e Sarney, após algumas mudanças partidárias, é a vencedora. Tem inicio a Nova República.
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