GRUPO 2: ANDERSON CAMARGO, CHRISTIAN SILVANO E MARCO ANTONIO - 1 º ANO JORNALISMO NOTURNO - UEL
Desde Getúlio Vargas, Marechal Rondon e os Irmãos Villas Boas o projeto de colonização do interior do Brasil, passa por entraves. É perceptível que a maior parte da população habita a chamada faixa litorânea, marca registrada da colonização de um país de proporções continentais.
O inchaço nas grandes e médias cidades, a diminuição das vagas no mercado de trabalho e as más condições de vida podem ser amenizados desde que haja planos econômicos efetivos, estimulantes para que milhares de brasileiros deixem suas casas e migrem ao coração do país, em busca da prosperidade.
Nas regiões norte e centro-oeste
existem longas extensões de terra, pouco exploradas que possuem riquezas como o
gás, água, madeira, plantas e minérios. É neste ponto que se ergue um grande
entrave, já que cerca de 350 mil indígenas habitam estas terras, na maioria reservas
naturais e invioláveis homologadas há anos, levando governo após governo há um
impasse, aparentemente sem solução.

Não é difícil imaginar, o que pode acontecer. O que é transmitido na imprensa, ocupando o imaginário popular é a imagem de povos atrasados, não civilizados e sem tecnologia. Para muitos cidadãos brasileiros, eles seriam os responsáveis pelo atraso da economia e viveriam como parasitas, ao não utilizarem as terras que lhe foram “dadas”, atrapalhando o progresso.
Essa imagem pode começar a ser desconstruída através de dois documentários filmados na tribo Kuikuro pelos índios Maricá Kuikuro e Takumã Kuikuro. O primeiro Imbe Gikegu (Cheiro de pequi) conta a história de um alimento essencial para esse povo do Alto Xingu, o pequi. Ele teria se originado através do cadáver do Deus Jacaré, morto enquanto dormia com duas irmãs casadas com um bravo guerreiro que instigado por um animal invejoso, vingou-se.

Esses documentários mostram um pouco da rotina de uma das maiores tribos do país, com suas visões de mundo e principalmente as suas relações familiares e sexuais. Também é visível o contraste entre as roupas, os utensílios domésticos e os equipamentos modernos utilizados por eles em oposição com suas tradições, vivas em suas pinturas corporais, ornamentos e objetos de arte.
Esta rara iniciativa onde o ameríndio mostra seu cotidiano e sua cultura através de uma câmera, sem a interferência pesada do homem “branco”. Podendo suscitar discussões pertinentes sobre como utilizar e democratizar os recursos existentes neste país, sem destruir os lares e as histórias destes povos brasileiros que possuem os seus direitos assegurados na constituição, neste momento crucial.
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