quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Seminário 5 - Diluindo fronteiras: a televisão e as telenovelas no cotidiano.

                                         
                             Esther Hamburger é professora de Comunicação e Artes da USP e crítica de TV. Além de antropóloga, colunista do Jornal Folha de São Paulo e editora da Revista Trópico.


                          “As pessoas estão interessadas em crescer intelectualmente e vão prestigiar uma programação que as desafie nesse sentido.”
                          “Acredito que deveria haver uma disciplina obrigatória no currículo escolar que visasse algo como uma ‘alfabetização audiovisual’ e que incluísse teoria e prática.”

              
                         No Brasil, os televisores tiveram grande difusão. Em pouco tempo, a TV chegou a muitas regiões do país, até nos lugares mais longínquos e precários, como na zona rural e nas favelas. Com a grande disseminação da TV, vieram as oportunidades de se eliminar obstáculos sociais e geográficos. As informações e o entretenimento, por exemplo, passaram a chegar a domicílios de pessoas mais pobres e excluídas socialmente. A TV deixou de ser restrita a um pequeno grupo de indivíduos privilegiados: intelectuais, ricos, entre outros. Pessoas de diferentes sexos, regiões, gerações e classes sociais começavam a poder se posicionar e se situar uma em relação às outras.

                       Apesar dos pontos positivos, a TV naquela época e hoje ainda apresenta aspectos negativos. A super-representação de brancos em relação a negros transmitida em novelas ou até mesmo em programas fomentou e ainda fomenta a discriminação racial.
                      Em 1950, Assis Chateubriand (jornalista, empresário e político) inaugurou a extinta TV Tupi na cidade de São Paulo. Posteriormente, foi criada as Emissoras Associadas com filiais da Tupi em vários estados do país. Fato que ajudou a emissora a ganhar mais popularidade ainda.
                     Nasciam na mesma época outras emissoras. Em 1952 a TV Paulista, em 1953 a Record, em 1954 a TV Rio, em 1956 a TV Italacomi de Belo Horizonte.

                     Os símbolos de algumas emissoras eram bem conhecidos e tinham todo um significado. O da tupi era a figura de um índio com antes na cabeça. Representava quem está pronto para receber informações, entrar numa nova era de comunicação, sem ter medo de ser engolido pelas novidades.  Já o da Rede Globo remetia à globalização, à figura de quem está apto a receber e transmitir imagens para o mundo todo.

                     Dentro da programação das TVs, as telenovelas eram o que havia de mais popular, era aquilo que o público mais tinha aceitação e identificação. Por conta disso, elas tiveram e ainda têm muito poder influenciador. Seja para disseminar novas modas e estilos, colocar em pauta assuntos polêmicos. O êxodo rural também foi influenciado pelos folhetins, além da diminuição do número de filhos por família, o aumento do mercado de consumo e mais. As novelas sempre estiveram num plano futuro, exibindo e levando os telespectadores para aquilo que ainda estava por vir.
                    Na novela Vale Tudo transmitida em 1988 pela Rede Globo teve em uma de suas últimas cenas, um empresário corrupto que fugia do país sem ser punido. Situação que se repetiria por muitas vezes na vida real, dentro principalmente do nosso cenário político.


                  Nos anos 80, um acordo entre Embratel, Globo e Bandeirantes permitiu com que os sinais das Tvs fossem captados por todo o Brasil, através de antenas parabólicas. Consequentemente, houve o crescimento na indústria de parabólicas. O sucesso das telenovelas era tanto que em 83 apenas 23% da programação era importada.

                 Na década de 90, entretanto, a disputa por audiência entre as TVs de canal aberto e o nascimento da TV a cabo ocasionaram a queda de audiência das telenovelas.
Mais tarde, elas voltaram a ter muito sucesso e grande audiência. Muitas das novelas foram transmitidas em diversos países. Tanto que a Rede Globo passou a ser apontada como ameaçadora da identidade cultural, da heterogeneidade dos povos.

                                                                         Grupo: Agnes Nunes, Bruna Diniz e Shirlley Lopes

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