terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quem Vale Mais


GRUPO 2: ANDERSON CAMARGO, CHRISTIAN SILVANO E MARCO ANTONIO - 1 º ANO JORNALISMO NOTURNO - UEL







Desde Getúlio Vargas, Marechal Rondon e os Irmãos Villas Boas o projeto de colonização do interior do Brasil, passa por entraves. É perceptível que a maior parte da população habita a chamada faixa litorânea, marca registrada da colonização de um país de proporções continentais.


O inchaço nas grandes e médias cidades, a diminuição das vagas no mercado de trabalho e as más condições de vida podem ser amenizados desde que haja planos econômicos efetivos, estimulantes para que milhares de brasileiros deixem suas casas e migrem ao coração do país, em busca da prosperidade.

Nas regiões norte e centro-oeste existem longas extensões de terra, pouco exploradas que possuem riquezas como o gás, água, madeira, plantas e minérios. É neste ponto que se ergue um grande entrave, já que cerca de 350 mil indígenas habitam estas terras, na maioria reservas naturais e invioláveis homologadas há anos, levando governo após governo há um impasse, aparentemente sem solução.


Apesar da notória interferência do homem ocidental na cultura desses povos, estas ações trariam um choque sem precedentes na história continental e nacional. Todos os anos empresas entram no Congresso Nacional com pedidos de exploração; garimpeiros, fazendeiros e posseiros invadem essas terras, trazendo morte, fome e horror aos nativos.


Não é difícil imaginar, o que pode acontecer. O que é transmitido na imprensa, ocupando o imaginário popular é a imagem de povos atrasados, não civilizados e sem tecnologia. Para muitos cidadãos brasileiros, eles seriam os responsáveis pelo atraso da economia e viveriam como parasitas, ao não utilizarem as terras que lhe foram “dadas”, atrapalhando o progresso.

Essa imagem pode começar a ser desconstruída através de dois documentários filmados na tribo Kuikuro pelos índios Maricá Kuikuro e Takumã Kuikuro. O primeiro Imbe Gikegu (Cheiro de pequi) conta a história de um alimento essencial para esse povo do Alto Xingu, o pequi. Ele teria se originado através do cadáver do Deus Jacaré, morto enquanto dormia com duas irmãs casadas com um bravo guerreiro que instigado por um animal invejoso, vingou-se.



No segundo vídeo Nguné Elü (O dia em que a lua menstruou) é mostrado como o eclipse lunar pode mudar a rotina da aldeia, pois segundo a mitologia Kuikuro é neste dia que o Deus Lua transforma-se em mulher, menstruando sobre a terra. Assim após o eclipse, rituais tradicionais se realizam como a luta, cantorias, imitação de animais e ações como acordar os objetos (para que voltem a funcionar) e o arranhar do corpo para a purificação do sangue são praticadas.

Esses documentários mostram um pouco da rotina de uma das maiores tribos do país, com suas visões de mundo e principalmente as suas relações familiares e sexuais. Também é visível o contraste entre as roupas, os utensílios domésticos e os equipamentos modernos utilizados por eles em oposição com suas tradições, vivas em suas pinturas corporais, ornamentos e objetos de arte.

Esta rara iniciativa onde o ameríndio mostra seu cotidiano e sua cultura através de uma câmera, sem a interferência pesada do homem “branco”. Podendo suscitar discussões pertinentes sobre como utilizar e democratizar os recursos existentes neste país, sem destruir os lares e as histórias destes povos brasileiros que possuem os seus direitos assegurados na constituição, neste momento crucial.

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