quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A CRISE

GRUPO: ANDERSON CAMARGO, CHRISTIAN SILVANO E MARCO ANTONIO BARROS


O jornalismo atual vive uma crise: a reprodução desenfreada de imagens, as notícias e reportagens cada vez mais enxutas, muitas vezes sem criatividade e manipuladas, dominam as prateleiras das bancas de jornal e a Internet.

Não é de hoje que a imprensa reproduz o discurso de grupos dominantes. Na história da imprensa brasileira os interesses políticos e financeiros guiaram as redações para rumos errôneos, que feriram a ética do jornalismo.

Nas décadas de 50 e 60 o jornal impresso obteve recordes de popularidade. Jornais como o Diário Carioca, o primeiro a introduzir o lead no país, se influenciaram com técnicas do jornalismo norte-americano, agilizando o trabalho dos jornalistas. Hoje muitos jornais fecham as portas, seja pela má qualidade, pela falta de estrututa, falta de interesse do leitor ou que não conseguiram acompanhar a Era digital.

Um bom exemplo de imprensa preocupada com a atualidade é o da revista Realidade, lançada pela Editora Abril em 1966. A Realidade foi um divisor de águas na imprensa brasileira. A revista apresentava características inovadoras para a época, com matérias em primeira pessoa e fotos que deixavam perceber a existência do fotógrafo. Destacou-se também por suas grandes reportagens, permitindo que o repórter 'vivesse' a matéria, características do new journalism.



Seus jornalistas contestavam à ordem autoritária vigente na época, a Ditadura Militar. A revista fixou um profundo vínculo com o social, estabelecendo com o seu público os significados de uma época. Mas com o passar do tempo atrelada a repressão do governo cada vez mais intenso, a Realidade foi perdendo sua inovação até 1976, quando parou de circular.

Hoje, que tipo de revista ou jornal se preocupa com o presente? Talvez a que consiga chega mais perto é a Piauí, pelo fato do uso do jornalismo literário, dando um teor ficcional às reportagens, além da dedicação de vários aspectos a cultura brasileira. Mesmo assim, não há uma imprensa que abra espaço para a liberdade, otimizando uma nova maneira de transformação.



Falam muito da Veja, com o velho discurso clichê de sempre, a revista pró PSDB, mas e a Carta Capital, não seria pró PT? As duas se enquadram na mesma categoria, a dos interesses políticos.

Desse modo, devemos rediscutir a ética, o compromisso social e a vulnerabilidade do jornalismo. É necessário o entendimento do homem contemporâneo, para enfim propormos uma imprensa que informe e denuncie sem vínculos de oportunismo, levando ao leitor uma reflexão. Seria utópico? Quem sabe, não custa tentar.

Para completar, vejam o vídeo do jornalista e crítico brasileiro Eugênio Bucci, sobre ética e Era Digital:


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