quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A imprensa também tem história

A história da imprensa
Alunos: Barbara Blanco, Julio Maciel e Luiza Bellotto

     O meio jornalístico tem seu “marco” na década de 1950, quando houve a maior modernização do Brasil nessa área. A partir desse período a profissionalização do jornalista passou a ser mais rigorosa e a imprensa, ganhando mais investimentos, passou a ser vista como um verdadeiro veículo de trabalho, ganhando hierarquia e características de uma empresa. A linguagem rebuscada, herança de um jornalismo francês, perdeu lugar para o novo modelo de simplicidade e objetividade dos novos jornais, influenciados pelo jornalismo norte-americano.

    O jornal símbolo dessa mudança é O Jornal do Brasil, existente desde o século 19, feito para fins republicanos. Com a substituição de seu dono, passou a ser mais moderno e transcrever a notícia como a vemos hoje. Seu design também se transformou com a reforma gráfica feita pelo designer Amilcar de Castro: as notícias eram centralizadas e os assuntos divididos em cadernos (esporte, cotidiano, economia...).

    O modelo de jornalismo feito hoje também teve seu início no jornal O Diário Carioca, que implantou o lead e a pirâmide invertida (dando as informações principais da notícia logo no primeiro parágrafo). A simplicidade e objetividade passaram a ser mais importantes também nesse jornal.


    É isso que podemos inserir na ideia de “jornalismo radical”, que propõe a fratura da contemporaneidade, buscando as linhas de vulnerabilidade do presente, com uma invenção do atual, em que os pensamentos devem ser voltados aos problemas do presente, pensada pelo filósofo Michel Foucault.

    E por esse diagnóstico da atualidade, adquire-se uma nova percepção do presente, fazendo com que isso se torne mais dinâmico -o jornalista passa a produzir mais matérias, sempre buscando ser recente- e imparcial. A hierarquia existia, porém, não era declarada.

    Na década de 60, marca-se um período turbulento cultural e politicamente no Brasil. A Revista Realidade surge do grupo Abril. O período efervescente com maior apologia a drogas, homossexualidade em alta, Guerra Fria, novos modos de vida em evidência (ex: hippies) dava à revista um caráter alternativo. Os jornalistas que nela trabalhavam foram os introdutores do Novo Jornalismo no país -através do jornalismo literário- e eram de uma esquerda militante. Praticavam a contracultura. Com a criação do AI5, os meios de comunicação se enfraqueceram
 e com a Revista não foi diferente, causando a demissão por parte da maioria dos profissionais, que passaram a montar outros órgãos alternativos.

    A partir do desmembramento da Realidade, surge, na década de 70, o jornal O Pasquim, que tinha uma visão mais crítica e era de tiragem nacional. A característica desse meio era a contracultura e o repúdio ao regime da época. Com a “cultura da droga” ainda em alta (Carlos Maciel, jornalista, era considerado o guru das drogas), o Pasquim aproveitava-se desse momento para fazer um jornalismo realmente diferente e mais subjetivo. Não havia hierarquia dentro da “empresa não oficializada”, e eles usavam uma linguagem própria, inesperada para a época, com certo toque de humor. Tal jornal também foi vítima da censura.


   A partir da década de 90, o jornalismo passa a ser mais homogêneo, reproduzindo discursos de classes dominantes. Esse modo de jornalismo permanece até hoje, misturando fortes pontos da história e esperando outros modelos nos anos e jornalistas que virão.


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