terça-feira, 20 de novembro de 2012

Resenha - FHC, Demi Getschko e Ao Sul da Fronteira



Alunos: Barbara Blanco, Julio Maciel e Luiza Bellotto
Jornalismo (Noturno) – UEL, 1º ano
Resenhas: Ao sul da fronteira, Roda Viva com Demi Getschko e Roda Viva com Fernando Henrique Cardoso.
Ao sul da fronteira (South of the Border) é um documentário político feito nos Estados Unidos, em 2009, dirigido e produzido pelo cineasta Oliver Stone, que saiu da Venezuela a fim de percorrer os países da América do Sul, com ênfase na Venezuela e depois na Bolívia, entrevistando os presidentes (Hugo Chávez da Venezuela, que se destaca, Evo Morales da Bolívia, Cristina Kirchner da Argentina, Lula do Brasil, Raúl Castro de Cuba, entre outros). Stone enfrentou muitas críticas sobre sua visão particular e local, por vezes considerada deturpada, focando muito nos presidentes e seus “heroísmos”. A partir do contato com os chefes de Estado, traça um panorama geopolítico desses governos de esquerda no continente, desde meados do fim da década de 90, época em que ascenderam líderes socialistas e socialdemocratas, chamados de “ditadores” principalmente pela mídia norte-americana.
Sendo parcial, traz à tona a insatisfação do diretor em relação aos republicanos e atenta à visão dos governos e governantes esquerdistas, que é considerada melhor, pois, a princípio, defende a população carente, a igualdade na distribuição de renda, a educação a todos, um cuidado com as privatizações em demasia e, sobretudo, examina as políticas econômicas de “livre” mercado impostas pelos Estados Unidos e o FMI (Fundo Monetário Internacional, com sede nos EUA), as quais não foram eficazes nos problemas das desigualdades e crises sul-americanas.
A mensagem emitida através do filme é de um alerta que quer se dar à América Latina sobre os Estados Unidos, que detêm maior poder no mundo, com uma democracia. Incentiva-se a comunicação entre as regiões sul-americanas, que juntas podem representar uma grande força com a possibilidade de não se submeterem aos comandos de mercado americanos. Mostra também a alternância do governo de George W. Bush ao de Barack Obama, do qual se espera maior credibilidade e menor intervenção por parte do governo nesses países.

Demi Getschko é considerado um dos pais da internet no Brasil. O engenheiro elétrico se interessou pela rede logo no primeiro ano de faculdade e hoje é diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do comitê gestor da internet do país (NIC.BR). A entrevista no programa Roda Viva da emissora Cultura é toda voltada para a web. Demi explica termos técnicos, como WiMax (uma espécie de WiFi com maior capacidade quanto à velocidade e o espaço de abrangência), que ainda não é usado em nosso país. Em relação à inclusão social, defende que as ações políticas devem existir, além de ter um aspecto regulatório. O problema dessa suposta inclusão é que a manutenção adequada não é acessível a toda a população, deixando a estrutura mais cara que o meio. Um grande ponto é a Lei de Internet, Getschko se mostra contra, deixando claro que não se deve punir o meio, e sim os criminosos. O controle do uso das crianças é bem vindo, pois a internet deve ser encarada como uma sociedade, onde existem grandes perigos, como na vida real. Relacionado a isso, entra também em questão a censura que alguns países tentam impor, o que é praticamente impossível. “A internet é uma peneira de mil furos, onde sempre há um jeito de contornar a situação”, garante. Outro ponto incontrolável é o acesso às redes de entretenimento, onde as pessoas baixam filmes, legendas e CDs. Com o aparecimento da internet, muitos meios de comunicação sofreram prejuízos, como o jornal impresso, por exemplo. Demi deixa clara sua opinião de que a internet apareceu para ser suporte e o que está em questão não é o desaparecimento de um bom jornal, e sim, de um bom jornalismo, o que já não é culpa da rede. O poder norte americano também é pauta nos assuntos da entrevista. A internet nasceu nos Estados Unidos, dando a eles uma grande oportunidade de interferência, porém não o fazem. A internet propõe uma segunda vida às pessoas (o chamado seccond life), mas que Getschko supõe ser temporário. Todos os que entram nela, logo saem. Isso é reflexo de uma insatisfação com a sociedade, e então a população procura uma alternativa para escapar da realidade.
Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-ministro da Fazenda no governo Itamar Franco e ex-presidente da República, foi entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, em 2009. Explicou as três fases de implantação da moeda no país: O PAI (programa de ação imediata); o U.R.V. (Unidade Real de Valor) e a nova moeda, o Rea. Sobre a privatização, FHC explica que o termo designa a venda do controle majoritário do governo para a iniciativa privada e que naquela situação econômica do país, as privatizações foram um bom negócio. As crises econômicas dos Tigres Asiáticos e da Rússia na década de 90 afetaram o desenvolvimento do país e, recentemente, a crise do sistema imobiliário americano também. Fernando Henrique atribui a essas crises o retardo no desenvolvimento econômico brasileiro nos últimos tempos. A abertura econômica do Brasil, aumentada em seu governo, continuou no governo Lula. O Brasil conseguiu fazer parte do comércio internacional com maior competitividade. A produção é diretamente ligada à exportação e o mercado interno é forte, logo, o país pode superar as recentes crises econômicas mundiais. Mas, se não houver um plano econômico correto e bem elaborado, o país pode enfrentar problemas no futuro. Bem como dezenas de países ao redor do mundo, o Brasil também se encontra na mão do Banco Central Americano pelo grande empréstimo de dinheiro. A solução, segundo FHC, seria um novo pacto econômico mundial.

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