terça-feira, 20 de novembro de 2012

Resenha: "Cineastas Indígenas"



                                                                Alunas: Agnes Nunes, Bruna Diniz e Shirlley Lopes.


           
      Em ambos os vídeos, costumes e crenças dos índios da aldeia Kuikuro, no alto do Xingu, estado do Mato Grosso do sul são mostrados. Os Kuikuro atualmente são a maior população no Parque do Indígena do Xingu. Fazem parte de um sub-sistema carib com outros grupos indígenas (Kalapaho, Matipu e Nahakuá), todos os quatro falam variantes dialetais da língua karib alto-xinguano).
                 Os índios Kuikuro vivem na parte sul do Parque do Xingu. Este foi criando em 1961 pelo ex presidente Jãnio Quadros. Foi a primeira terra indígena homologada pelo  governo federal.
                 Quando acontece eclipse lunar, os Kuikuro acreditam que a lua começa a menstruar e para se protegerem dos pingos de sangue que caem como chuva, eles pintam seus rostos com carvão e polvilho. É também a hora de acordar todos os objetos, tudo muda, os animais se transformam. É preciso cantar e dançar. Além disso, há ainda a crença de que no período em que a lua menstrua, os índios voltam a ter a beleza jovial dentro do mundo dos mortos.
                 No Xingu, os Kuikuro têm plantações, é a respeito disso e de demais crenças e costumes que o documentário “O cheiro do pequi” retrata. Segundo estimativas, há na região 14 mil pés de pequi. O cultivo começou quando os índios deixaram a vida nômade e as práticas de extrativismo.
                 No vídeo, o período de seca está chegando ao fim, junto a ele, o cheiro do pequi volta a exalar na aldeia, mas nem sempre foi assim. Antes, não havia pés de pequi no Xingu. Tudo começou quando um dos indígenas flagrou suas mulheres tendo relações sexuais com o jacaré, que estava em sua forma humana. No local onde o animal morreu, nasceu um pé de pequi. Em períodos de escassez, os troncos das árvores são arranhados com o dente de um jacaré. O que faz com que a árvore volte a dar a fruta. No documentário também são mostrados costumes e tradições sexuais dos índios.
                   É importante notar o quanto a cultura indígena é diferente da nossa. Como questões tão complexas e cheias de pudor para nós são simples para eles. O cuidado, a importância e a exposição do corpo nu, por exemplo. A generosidade presente no pajé em “O dia em que a lua menstruou” quando aquele oferece sua visita e ajuda, em troca de pagamentos singelos, como o sabão, por exemplo, para limpar os pingos da lua dos objetos e das ocas dos outros indígenas.
                   A responsabilidade deles para com a natureza também merece destaque. A forma como tratam e cuidam das plantações de pequi, um pouco diferente e até tecnicamente melhor que o homem branco (que possui e domina tantos recursos).

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